Tag Archives: escrita

Aos valentes leitores

Os dedos das minhas mãos – congelados e dormentes do frio – não os sentia, metade do meu rosto estava afundado numa maldita intempérie, tão venenosa, que me procurava e moía, aos poucos, com beijos inocentes. E o meu coração…maldito sejas!

(Pára, pára, pára!)

Recapitulando: estava eu com as mãos frias, congeladas quero eu dizer, que me impossibilitavam quase de escrever, quando do nada me assaltaram uns pensamentos estranhos de uma “intempérie” qualquer. Depois, também do nada, veio o coração à baila. Que lamechice, porra!

(Calma, respira, tu consegues…)

Bora lá fazer deste texto algo comestível, ou legível, para quem gosta de ler.

O que eu queria mesmo era voltar ao mundo real e escrever algo: real. Por isso vou tornar isto o mais real possível, se tiveres tido a coragem de continuar a ler este texto é porque valeu mesmo a pena, o melhor ainda está para vir. Prepára-te:

Tenho os dedos das mãos frios, imaginação não me falta, e ponho-me logo a pensar noutras coisas. Estou preocupada: acho que estou a sentir borboletas cá dentro.

(Achas que alguém vai ler isso? É o melhor que consegues fazer?)

(Aos valentes que ainda aí estão: não me deixem, só mais umas linhas!)

Última tentativa:

Sinto frio. Dói-me a alma e o coração.

12507442_1011475668890825_7354792915968772625_n

Filosofias no metro. Parte II

Detrás de cada história encontra-se um reflexo de outra história, com personagens diferentes num contexto diferente. Uma narrativa, um best-seller, um conto que é capaz de chamar a atenção das pessoas, foi, na maioría das vezes (o que não significa sempre), inspirado em histórias reais, em algo que aconteceu de verdade. É por essa razão que quando as pessoas vêm um drama baseado em fatos verídicos no cinema, ficam sempre mais comovidas e mais tocadas que se fosse ao contrário.

As histórias reais são importantes porque as pessoas sentem, para além de curiosidade, uma necessidade imensa de se sentirem identificadas com o que vêm, ouvem e conhecem. Acontece o mesmo com a escrita. Talvez quem ler esta pequena reflexão, feita às 7 da manhã de segunda-feira no metro de Lisboa, se sinta identificado, ou simplesmente não sinta nada, ou até pense que é descabido e uma autêntica perda de tempo que não lhe valeu de nada. Quem sabe se durante a leitura o leitor se sentiu provocado de alguma maneira, e um sentimento de indignação e confusão começou a percorrer todo o seu corpo, ante tal ousadia da parte do escritor, que quer dizer tudo mas no fim de contas acaba por não dizer nada, ou se calhar até diz muita coisa para quem estiver bem atento.

Continue a ler.

Imagem

A escrita simples é aquela que mais comunica e é capaz de transmitir e provocar todo o tipo de sentimentos nas pessoas. A simplicidade é, sem dúvida, o mais difícil de alcançar. Parece-nos sempre que escrever um texto simples, sem grandes frases compostas, imensos adjetivos e sinónimos complicados, dos quais nem nós próprios estamos certos do verdadeiro significado, é produzir má literatura.

Um dia disseram-me que qualquer um podía ser Prémio Nobel. Pareceu-me um disparate. Mas, pensando bem, sem querer levar o dito ao pé da letra, talvez seja verdade. Basta dar asas à imaginação, aos sonhos, aos desejos e estímulos.

Escrever sobre os nossos pensamentos e ilusões ajuda. Quantos pensadores não o fizeram? Mais tarde foram considerados aquilo que verdadeiramente eram: grandes génios.

Não pare.

Ainda há mais.

É sempre a mesma treta. O homem, o mundo, a sociedade e o espaço, por não falar na complexidade e simplicidade das coisas. Há sempre qualquer coisa pela qual lamentar-se e queixar-se, uma constante insatisfação e descontentamento crónico. Quem disser o contrário mente, isto dito num tom totalmente autoritário e absolutista.

A vida é mesmo assim, repleta destes momentos e outros tantos. Isto acontece devido à nossa tendência natural para procurar sempre mais e melhor. O conformismo existe mas misturado com uma inconsciente ambição que cresce como uma semente dentro de nós se a alimentarmos.

Se está a pensar no que foi dito, então talvez signifique que o escritor que queria dizer tudo e parecía não querer dizer nada, tivesse a intenção de dizer muita coisa para quem estivesse um pouco atento.